sábado, 22 de dezembro de 2012

Os farrapos




Não, a PequenAlice não dá trabalho nenhum. Ao contrário, ela é que me faz relaxar do meu extenuante ofício. Ele é que me tira todo o tempo. O leitor mais antigo do blog deve lembrar que a esta altura do ano eu normalmente já tinha lido e comentado uns vinte e poucos ou trinta livros, este ano foram ridículos 7 (oito agora). Mas vamos lá, espero que as coisas ainda se ajeitem.

Bom acabei agora, finalmente, de ler o "Os Farrapos", do Carlos Urbim. É sem dúvida o livro mais bonito que li nos últimos anos. Falo em termos de projeto gráfico: papel de qualidade, mais grosso e envelhecido, capa dura envelhecida, ilustrações antigas, etc. O livro foi feito para ser premiado (como de fato foi, levou em 2002 o Prêmio Açorianos, na categoria projeto gráfico.

Em termos de qualidade de texto, o melhor livro que há sobre a Revolução Farroupilha ainda é o História regional da infâmia, do Juremir. Mas este do Carlos Urbim é bom também, pela linguagem mais acessível e pelo grafismo, que realmente prende. Não se aprofunda muito  em nenhum aspecto-chave, pois não é a proposta, como também não traz novidades em relação ao assunto. Para começar a estudar a revolução é uma boa pedida sim!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Burrocracia

Não, você não leu errado o título. Nem eu errei a digitação.
Na verdade, somente agora que voltei aqui é que me dei conta de que a última postagem foi há quase dois meses já... Sabia que fazia um tempinho, sempre pensava no blog e planejava: assim que acabar esta tarefa vou atualizá-lo". O fato é que dormia todos os dias, nos últimos dois meses, sem ter acabado as tarefas e recebendo MUITAS outras mais. Na verdade, não vivi nestes últimos dois meses. Não os vi passar, não os senti na minha vida. Na verdade, o corpo até sentiu: as dores de cabeça ocorreram diariamente, junto com algumas crises nervosas e de stress e algumas outras dores. Os olhos também não veem mais com tanta perfeição - descobri que uma das grandes causas das dores de cabeça eram os olhos, já não vendo muito bem de perto. E só me dei conta disso quando os braços começaram a doer - estava lendo com os braços esticados já...
Enfim, tudo isso (inclusive a sensação absurdamente desumana de não ter vivido esses meses - sem estar em coma) por conta da 'burrocracia' e dos modismos que vem assolando a Educação nos últimos anos. O Professor não é mais uma pessoa, ele perdeu sua condição humana para se transformar em uma peça a serviço de caprichos pessoais de terceiros. E, como peça, pode trabalhar sete dias por semana, por doze, quatorze ou mais horas por dia. E, se a "vida" se resume a isso, pode-se pagar pouco - vai fazer o quê com dinheiro, sem tempo?
Sim, meio chimarrão, meio Papai Noel (amargo e com o saco cheio).

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Juro alto, cabeça baixa

Já está demais (e não é de hoje) a passividade do povo brasileiro. Baixamos a cabeça para tudo. No mercado europeu os carros saem de fábrica obrigatoriamente com airbag, mesmo os mais baratos. Aqui no Brasil, podem vir de qualquer jeito, e olha que nossas ruas e estradas são verdadeiros fronts de batalha. E isto apenas para citar um exemplo de quanto aceitamos tudo...

O exemplo que gerou este post: temos, segundo o Correio do Povo, a maior taxa de juros no cartão de crédito: 238,3% ao ano! Aham, mais de duzentos e trinta e oito por cento ao ano. Devemos ser muito ricos mesmo, pois os pobres coitados dos norteamericanos pagam apenas 16,89%. Não, não faltou nenhum dígito, são menos de dezessete por cento ao ano... No Reino Unido o índice é parecido: 18,7% ao ano.

"Ah, mas eles podem, quem somos nós para nos compararmos aos EUA?"

Bom, vejamos então um país bem menor, com economia bem menos desenvolvida... Peguemos o Peru (no bom sentido) como exemplo: por lá a taxa atual de juros no cartão de crédito é de 55% ao ano, quatro vezes menos que por aqui.

Por que será que livros de autoajuda em assuntos financeiros e programas na TV sobre educação financeira fazem tanto sucesso por aqui? Será que com uma taxa equivalente ao dos EUA, ou mesmo à do Peru, teríamos tantas famílias endividadas???? Por que aqui o valor é tão alto? Por que o governo permite? Por que o maior interessado, o povo, não faz nada? Até quando aguentaremos tudo passivamente?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Gato por lebre

Toda eleição é sempre a mesma questão. Vota-se em umas pessoas, assumem outras. Vários dos vereadores eleitos em Porto Alegre (como na maior parte das outras cidades do país) devem ser chamados para as mais diversas secretarias municipais, passando, assim, seus mandatos legitimamente obtidos para seus suplentes. Em Porto Alegre o candidato que foi eleito em primeiro turno representava uma coligação que envolvia 9 (sim, nove!) partidos. Ou seja, deve-se muito cargo...

Agora a questão: alguém aí sabe quem são os suplentes do candidato em quem votou?
É mais do que hora de se alterar esta parte da legislação eleitoral. Os suplentes deveriam ter o mesmo espaço dos candidatos: folders e panfletos deveriam ser divididos meio a meio entre os dois, e sempre que um candidato tiver espaço em algum meio deveria aparecer também, no mínimo, o nome dos suplentes, já que é certo que muitos vão assumir mesmo... Não dá e para aceitar que ainda tenhamos que comprar gato por lebre!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Perda irreparável

Baita perda. Mas baita mesmo, a ponto de poder ser considerada irreparável. O mundo perdeu hoje (segunda-feira) uma mente privilegiada e altamente produtiva, mesmo aos 95 anos. Refiro-me a Eric Hobsbawm, provavelmente o maior historiador vivo (alguém pensou que falava da Hebe?). Autor de clássicos absolutos de História e de análise de nosso mundo, como A era dos extremos, em que tece uma panorama de lucidez ímpar sobre o 'breve século XX'. Isso depois de descrever a formação deste período da história contemporânea em outras obras obrigatórias como A era do capital, A era das revoluções e A era dos impérios. Na verdade são mais de 30 obras deste autor de inspirção marxista, traduzido para mais de 40 línguas. É leitura obrigatória para quem pretende estudar História. Indispensável, também, para quem quer entender o mundo em que vive.
Mais informações aqui.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Machado atualíssimo


Sei que o assunto do momento é o Jorge Amado, pelo seu centenário. Mas é que acabei de ler os Contos Fluminenses, do Machado de Assis (na boa edição da Martin Claret ao lado), e não dá para deixar de falar no assunto.
Dá um orgulho louco poder dizer que já tivemos um escritor como Machado (quando será que teremos outro?...).  Se seus romances são verdadeiros primores de escrita e de enredo, sua face contista é de uma absoluta maestria. Consegue ser original mesmo muitas vezes valendo-se do mesmo tema, dos desencontros do amor. Mais ainda, dá verdadeiras aulas sobre cotidiano e mentalidades no Brasil do século XIX. Como o Assis Brasil faz hoje, remetendo a tempos passados. A diferença é que o Machado escrevia sobre seu tempo. Mas muita coisa vale ainda para os dias atuais, por mais incrível que possa parecer, pelas tantas mudanças comportamentais e em termos de mentalidade que já passamos.
Um curto e elucidativo exemplo dessa atualidade do Machado: no conto "Linha reta e linha curva" ele escreve "há pessoas elegantes e pessoas enfeitadas". Pedrada na janela... A proporção provavelmente mudou, da época em que ele escreveu até hoje. O conceito e a maneira de 'enfeitar-se' também. A distinção entre as duas coisas, não. O evidente antagonismo e a crítica ao auperficial e ao artificial também não. Agora imaginem se ele vivesse hoje, em tempos de silicone, botox, lipos e plásticas de todo tipo e sem limites...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Crise da Educação!

Forró universitário.
Pagode universitário.
Sertanejo universitário.
Isso sim é a crise da Educação...

sábado, 4 de agosto de 2012

O que será dos blocos?

A "zona do euro" nunca mereceu tanto este nome. Crises sucessivas em vários de seus membros (e simultâneas) e antigos preconceitos voltando à tona com a entrada dos países do leste europeu levam muitas pessoas a questionar a continuidade de seus países no bloco.

Na Alemanha, por exemplo, recente pesquisa apontou que 51% da população acreditam que o país estaria melhor fora da zona (do euro, bem entendido). E, tanto ou mais grave ainda, 71% dos alemães entrevistados defendem a exclusão da Grécia do bloco no caso de ela não cumprir as metas de austeridade...

Como Marshall Bermann já dizia, tudo que é sólido desmancha no ar. Para quem nasceu e cresceu na Guerra Fria, é mais uma grande mudança. Depois da solidez da formação de vários blocos e comunidades inter e supranacionais, parece que estamos vivendo uma nova era político-econômica (nós, do Mercosul, nem precisamos ir muito longe para ver isso...). Sabe-se lá o que o Fukuyama inventaria a respeito...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Paternidade

Ter um filho é sem dúvida a decisão mais importante da vida de uma pessoa. Não descobri isso agora - só fui ter filha aos 37 anos justamente por saber disso. Agora, porém, tenho mais autoridade para palpitar a respeito. Qualquer outra decisão (escolha de uma profissão, carro, cônjuge, casa, etc.) é reversível, ter um filho não. É para sempre. Felizmente!

Ainda não viajei este ano (nem no verão, pois a pequenAlice veio um mês e meio antes do que deveria, nem dei umas subidas à serra agora no inverno). Nesta época, em outros anos, já teria lido uns 18 ou 20 livros; neste ano, até agora, foram apenas seis. Deixei de dar umas saídas e uns passeios em função das duas bronquiolites da herdeira (das dívidas!!). Sei lá o que mais eu não fiz neste ano...

Mas a verdade é que a paternidade até agora está sendo bem melhor do que tudo isso que eu mais gostava de fazer antes. É uma coisa absolutamente indescritível acompanhar o crescimento de uma pessoinha, sua evolução, suas descobertas (sons, mãos e o poder delas de segurar coisas, etc.), os desafios inerentes e ser responsável por isso e pela formação desta pessoa. E olha que vi vários afilhados e primos crescerem, mas com filha(o) mesmo é completamente diferente. Não há o que pague/ substitua isso. E agora, então, em férias, passar dias inteiros com a filha tem sido a melhor das minhas férias até o presente. Em casa mesmo. Hoje Alice faz 6 meses, e, mesmo inconscientemente, já me deu incontáveis alegrias.

Enfim, a paternidade é altamente recomendável. Mas só para quem tem certeza.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vôlei, Chopin, TchuTchá e inveja

Salada de assuntos mesmo, mas espero conseguir me fazer entendido.

No outro domingo de manhã, enquanto dava mamadeira para a pequenAlice, via o jogo de vôlei entre o Brasil e a Polônia, e duas coisas me chamaram a atenção. Primeiro, o Brasil ter perdido o jogo. Não pela Polônia, mas por ser o Brasil, do Bernardinho.

A segunda - e é aí que entra a inveja - foi uma matéria após a partida, mostrando um monte de gente em um bonito parque na Polônia ouvindo uma apresentação de uma orquestra executando obras do conterrâneo Chopin. Muitos bem estirados ou fazendo piquenique no gramado ao som de música erudita, em uma bonita manhã de sol...

Aí fiquei pensando: o que poderia causar o mesmo efeito aqui no Brasil? Poucos nomes (ou coisas) me vieram à mente além de Teló e de Tchutchá, o que dá uma tristeza...
Na boa, mas estudo e cultura fazem uma falta absurda, não tem como negar. Vê se alguém implorando que quer tchu ou mesmo tchá se daria bem em um país culto. Ou alguém que só sabe fazer lelelê...

Aqui em Porto Alegre ainda temos de vez em quando os Concertos comunitários Zaffari, e o concerto de fim de ano no Parcão, mas é pouco. Ou não, de repente é o suficiente, para um povo sem critério. Que dá uma inveja de outros povos, dá!

sábado, 9 de junho de 2012

Canibalismo

O tema voltou à mídia no mês passado ou retrasado, com o caso ocorrido em Pernambuco, em que um trio matou, esquartejou e desossou provavelmente três vítimas, cujas carnes foram utilizadas inclusive para rechear empadas "de frango"...

Na verdade, o que motivou este post foi o livro que acabei de ler, Canibais, do David Coimbra, que narra o caso ocorrido no século XIX em Porto Alegre, em que o açougueiro José Ramos fabricava sua famosa linguiça com carne humana, com sabor (por isso mesmo) inigualável. A obra é de ficção, mas baseada em fatos reais e bem ambientada e contextualizada na Porto Alegre do início dos anos 1860. Daria um pusta filme!!  Com o estilo do jornalista, então, a leitura flui que é uma beleza! A edição ao lado é da L&PM Pocket, baratinha!

A leitura vale muito a pena, assim como a de Cães da Província, do Assis Brasil (que já indiquei AQUI), que perpassa, também em ficção, o mesmo personagem portoalegrense; e, ainda, para fatos históricos mais concretos, O maior crime da Terra, do falecido historiador Décio Freitas.

Bom, já que o tema é este assunto macabro, vale também rever os filmes do Hannibal Lecter!

(tá, agora só falta alguém fazer uma apologia ao vegetarianismo!!!!)

sábado, 26 de maio de 2012

Se falar, ninguém acredita, mas eu falo assim mesmo!

Por incrível que pareça, mas não é a minha herdeira (das dívidas) que me tem feito descuidar deste blog. É o trabalho mesmo!

Estou com duas turmas a menos neste ano (portanto só 16), mas uma cobrança ABSURDA e sem muito sentido e critério. Novas exigências, injustificadas na maioria das vezes, tem me mantido acordado quase 19 horas por dia, sem que nunca consiga chegar perto de acabar o trabalho. Dores de cabeça e remédios diários, aftas constantes, tensões e nervos em frangalhos tem feito parte do cotidiano deste ser, deixando todo o corpo (e os mais próximos) como estas mente que dá título ao blog...

 O sossego mesmo é o contato com a rebenta, os colos, mamadeiras, soninhos, sorrisos e tudo o mais que envolve este doce mundo dos bebês! Não fosse este tranquilizante, sabe lá mais o que estaria tomando, ou qual seria meu estado.

Bom, nesta semana acaba o primeiro trimestre letivo, apareçam por aqui que o blog voltará à ativa!

sábado, 7 de abril de 2012

É só andar na linha...

Não baixei o vídeo desta vez, pois algumas imagens são realmente fortes para pessoas de bem, mas o  link está aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=NtttHCofXSc
É sobre as reportagens e notícias que tem grassado nos últimos dias sobre o presídio de Porto Alegre.
As imagens justificam o barulho que está se fazendo em torno da questão, bem como o título de pior penitenciária do país. Mas há que se lembrar de duas coisas:
  1. presídio não é hotel
  2. vai para lá quem quer

De resto, cabe aquele chavão já bem batido: enquanto os governos não investirem em EDUCAÇÃO, terão de gastar em presídios...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ovo apunhalado

"No primeiro momento de escrever é totalmente intuitivo. Depois vem o trabalho braçal. Os dragões [Os dragões não conhecem o paraíso], eu reescrevi seis ou sete vezes, mas parti para o trabalho só depois que tinha a magia dele sob controle." (Caio Fernando Abreu)



É esse cuidado/ obsessão que explica a qualidade dos textos de Caio Fernando Abreu. Reli agora o ótimo O ovo apunhalado, publicado em 1975, aos 27 anos de Caio (e quando eu fazia 1 ...). Texto intenso, muitos fluxos e muito o que divagar a cada conto. Nos contos (era a sua segunda coletânea no gênero) já são nítidas as críticas, diretas ou não, à sociedade de consumo supérfluo; as histórias de repressão - ou vazão - dos impulsos e valores individuais (que podem, em alguns casos, ser interpretados até mesmo como coletivos) e também alguma nostalgia. Sentimentos e conflitos pessoais do autor, que viveu, como sua obra, de maneira intensa. Ou, nas suas palavras, "abrace a sua loucura antes que seja tarde demais."


A imagem é da edição da L&PM Pocket, bem baratinha, acho que uns 12 pilas; nada para uma obra dessas!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Boa publicidade!

Já comentei trocentas vezes aqui o meu gosto pela Publicidade, nem vou me alongar muito nisso agora. Os leitores mais antigos do blog já sabem disso, e os novos podem clicar no marcador "Publicidade/ Campanhas" aí ao lado para entender a que me refiro.
O fato é que não dá para deixar passar em branco a propaganda do novo Mitsubishi Lancer, utilizando cenas do filme De volta para o futuro. Apropriadíssima ideia para um carro novo, e que se pretende tecnológico. Espetacular a ideia de usar o filme, e os trechos certos. Falo não só como fã de Publicidade, mas também de carros e mais ainda (ou tanto quanto) da série De volta para o futuro. Em priscas eras, quando usava franja, alguns amigos me chamavam de McFly (êitcha, faz tempo...)!
Na boa, mesmo quem já viu, assiste aí de novo, baita bola dentro!!!!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Introduzindo a boa música!

Em termos de boa música, nunca é cedo para começar!
Em horas de dar uma ajuda ao soninho da herdeira, tenho cantarolado baixinho, na penumbra, algumas baladas para ela. De tudo, em português ou inglês, o que estiver à mão. Ou melhor, na ponta da língua! E ela tem curtido!!!
Há três dias já que a preferida dela é Telhados de Paris, do bom e velho Nei Lisboa. Dá para entender. E nem é porque troco o segundo verso, "Ali se vê", por "Alice, vê" !!! É porque é bom mesmo...
Quem não conhece, aumenta o som e dá play no vídeo abaixo. Quem conhece também, que nunca é demais!

(é pena que não é clipe da música, mas tem bonitas imagens de PoA e da Cidade Luz)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Manhã trasnsfigurada

Mas em meio a esse turbilhão todo que assolou (para o bem, sem dúvida) a minha vida, acabei não colocando aqui as devidas palavras sobre o último romance que li (sabe lá quando vou conseguir ler outro agora...): Manhã transfigurada, do Assis Brasil.

História limpa, com apenas quatro personagens centrais, que são o eixo do enredo, um quase triângulo amoroso entre uma mulher casada, Dona Camila, que mora apenas com escravos em um casarão em frente à praça da igreja, em Viamão (mora só, pois seu marido pede a anulação do casamento ao descobrir que ela não era virgem quando da realização do matrimônio), o Padre Ramiro e seu ajudante Bernardo, responsável também pelas notas e registros civis. Os acontecimentos são contados, quase sempre, a cada capítulo, por um dos envolvidos, fazendo com que se possa conhecer a história por pontos de vista diferentes.
Além disso, como é constante na obra do Assis Brasil, há uma boa e fidedigna reconstituição histórica, com os devidos costumes e mentalidades da época retratada.
Enfim, sendo do Assis Brasil, dá para comprar (ler, não!) no escuro!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bah, as coisas mudam...

Bah, as coisas mudam mesmo quando se tem filho...
Exemplinho básico e rápido: olha as minhas comprinhas da semana do verão passado:




Agora olha as desse:



Não é mole, mas SIM, VALE A PENA!!!!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mazáá!!!!

Quem não me conhece talvez não saiba o motivo de minha ausência por aqui, mas é por um ÓTIMO motivo: nasceu minha filha, apressada, no dia 23 de janeiro, seis semanas antes do que seria o final da gestação. Esse pessoal não está mais curtindo ficar tanto tempo esperando para nascer...
Aí, bem, sabe como é: trocar fraldas, dar mamadeira - ela ainda não tem força para pegar o bico do seio, aguenta um pouquinho de nada - banho, cortar unhas, limpar coto, curtir, fazer carinho, encher de beijinhos, tirar trocentas fotos, atender telefonemas, receber visitas, etc., vai tempo. E ainda achar tempo para tomar banho, comer e dormir um pouquinho... Impressionante como um serzinho que tem menos de meio metro muda a vida da gente.
Ah, e outra coisa:
(bom, fica para depois, que agora vou curtir a cria!!!)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Decadência

Que tempos tortos estes em que vivemos...
Valores são deixados de lado, a palavra não tem mais valor algum, costumes e obrigações profissionais são descartados, o individualismo impera mais do que nunca, a vulgaridade é mais preciosa do que a qualidade, a inteligência e o cérebro ão cada vez mais desprezados...
Se fosse abordar tudo o que vem à mente, este post não teria fim. Vamos a apenas dois exemplos, que ilustram bem o parágrafo acima:

- Há 100 anos atrás, em 1912, o Capitão do Titanic, como todo bom comandante de navio, afundava juntamente com ele, vendo a impossibilidade de salvação. O comandante de uma embarcação deve sempre ser o último a deixá-la, ou, sendo impossível isto, afundar com ela. Valores em crise? O comandante Francesco Schettino, do navio italiano que naufragou dias atrás, foi dos primeiros a abandoná-lo, deixando mais de 2000 passageiros à sua própria sorte...

- Estamos lembrando os 30 anos da morte deuma das maiores (senão a maior) cantoras brasileiras, Elis Regina. Tempos de boa música, com sentimento e alma, boas letras e qualidade. Mas abre-se um espaço mínimo para a data e a cantora na mídia, pois o resto do tempo é da 'Telómania'. Não dá para a acreditar no que estão fazendo: é a tal música 'assim você me mata' (até não precisa matar, mas pelo menos podia calar...) em propagandas, programas de variedades, versão em inglês na 'sua revista eletrônica semanal' e até mesmo em noticiários e programas esportivos (?) Pelamordedeus, aí quando reclamo da TV me chamam de ranzinza e mal humorado, mas tá difícil...

Frente a tudo isso, é impossível não ser ao menos um pouco nostálgico. E olha que só citei dois exemplos.

Dentro disso, um brindezinho aos leitores, para entender a que me refiro quando falo em qualidade. Peguei de propósito este vídeo, em que a interpretação foi na 'sua revista eletrônica semanal'.
Aumenta o volume e curte!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pior que sexta-feira 13...

Amigos, preparem-se para ver uma imagem forte. Quem acha que não tem condições de aguentar que nem prossiga, vá fazer outra coisa.
A imagem é chocante mesmo, por isso veio parar aqui hoje, sexta-feira treze.
Enfim, aí vai, não digam que não avisei...




Segundo o r7, o acidente acima ocorreu no Japão em dezembro passado, e envolv eu 8 (OITO) Ferraris, 1 Lamborghini e 2 Mercedes. Ainda bem que na foto não aparece tudo isso, só o que mostra já dá uma dor...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tudo invertido...

E me criei (sou de 1974) ouvindo falar na seca no nordeste, e imaginando o horror que deveria ser...
 (quem é de fora do RS, procura na rede informações/ notícias aqui do Rio Grande do Sul para entender do que estou falando)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Intimidades ao longo do tempo

"Quando o Brasil era a Terra de Santa Cruz, as mulheres tinham de se enfear e os homens precisavam dormir de lado, nunca de costa, porque a 'concentração de calor na região lombar' excitava os órgãos sexuais. e nos momentos a dois - geralmente no meio do mato, e não em casa, porque chave era artigo de luxo e não era possível fechar as portas aos olhares e ouvidos curiosos -, as mulheres levantavam as saias e os homens abaiavam as calças e ceroulas. Tirar a roupa era proibido. E beijar na boca? Bem... sem pasta e escova de dentes, difícil.
Mas como o proibido aguça a vontade, a instituição que mais repreendia os afoitos, ironicamente, acabou se tornando o templo da perdição. onde mais as pessoas podiam se encontrar, trocar risos e galanteios e até ter relações sexuais, sem despertar suspeitas, se não no escurinho... das igrejas?!"


Isto é um trecho da contracapa do livro Histórias íntimas - sexualidade e erotismo na história do Brasil, de Mary del Priore. Para ler e curtir em algumas horas, imperdível mesmo! Para quem gosta de história, para quem curte mitos e crendices de tempos antigos e aquelas histórias e costumes do tempo da nossa avó!
Mas o livro vai além: começa no Brasil colonial e vai até os dias atuais, abordando pedofilia, Michael Jackson, Bruna Surfistinha e as mulheres frutas, com senso crítico apurado e ironia na medida certa. Escrito com maestria pela historiadora, que já abordou temas do cotidiano em dezenas de obras. Linguagem muito fácil e acessível a qualquer pessoa, sem ranços e academicismos típicos em outros livros de História, que acabam muitas vezes por afugentar curiosos e pessoas predispostas a ingressarem no fascinante mundo desta disciplina. Ponto para a autora e para a História!
Enfim, vai atrás do livro!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Lista!

Como já é de costume, a indicação dos livros do ano (passado). Ainda mais que já descobri que os leitores que aguardam esta lista e que vão atrás de algumas das minhas indicações já não cabem mais nos dedos de uma mão!
Então vamos lá; segue a lista completa das minhas leituras em 2011; os destacados em verde são os que mais recomendo, os que mais gostei de ter lido.

·         Dois irmãos (Milton Hatoum)
·         50 anos a mil (Lobão)
·         Mitologia grega (Pierre Grimal)
·         O seminarista (Rubem Fonseca)
·         A mão e a luva (Machado de Assis)
·         História regional da infâmia: o destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras (ou como se produzem os imaginários) (Juremir Machado da Silva)
·         Neonazismo, negacionismo e extremismo político (Luis Milman e Paulo Fagundes Vizentini)
·         Israel X Palestina: as raízes do ódio (Jurandir Soares)
·         1930: águas da revolução (Juremir Machado da Silva)
·         A industrialização brasileira (Francisco Iglésias)
·         Ensino Médio: docência, identidade e autoria (Vários – Fundação Julinho)
·         A metamorfose (Kafka)
·         O queijo e os vermes (Carlo Ginzburg)
·         Ensino de História: desafios contemporâneos (Vera Barroso e outros – ANPUH)
·         O golpe de 64 e a ditadura militar (Júlio José Chiavenato)
·         Palestinos em busca da pátria (Mustafa Yazbek)
·         Vida política no século 19 (Helga Piccolo)
·         A massagista japonesa (Moacyr Scliar)
·         Vozes da legalidade: política e imaginário na era do rádio (Juremir Machado da Silva)
·         Um doce aroma de morte (Guillermo Arriaga)
·         Dom Quixote – vol. II (Cervantes)

 Como se vê, acertei na pmaior parte das minhas escolhas, boa sorte aos leitores também!