segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Seu amigo esteve aqui

Sim, talvez algum amigo seu tenha aparecido aqui pelo blog, mas o título deste post, na verdade, faz referência a um ÓTIMO livro que acabei de ler (grande presente da Andressa): Seu amigo esteve aqui, da jornalista Cristina Chacel.

 Primor de texto (como normalmente ocorre em livros de jornalistas) e um personagem grandioso, merecedor de tal obra. Trata-se de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto (codinome Breno), dirigente da VAR-Palmares, desaparecido no Rio de Janeiro em 15 de fevereiro de 1971, nas mãos de nossos sanguinários ditadores. É aquele mesmo Beto ao qual Dilma Roussef fez referência em seu primeiro discurso como candidata à presidência, em fevereiro de 2000.

O livro narra a trajetória de Carlos Alberto desde a adolescência (um pouco antes) em Minas Gerais, sua formação (acadêmica e teórica), sua história na militância de esquerda, ações e importância em seu contexto. É um bonito relato de uma vida digna de registro literário (e mesmo cinematográfico, o livro daria um ótimo filme...). Nos relembra e nos faz pensar no desprendimento e no idealismo daqueles que lutaram contra a ditadura. Realmente não deve ser fácil privar-se da família, do lar, do lazer e da própria identidade em nome de uma causa. E de uma causa que não é pessoal apenas, mas coletiva; de um país inteiro. Isso sem falar em todos os suplícios que ele (e outros presos políticos) devem ter passado nas mãos daqueles que deveriam proteger a sociedade.

Enfim, um ótimo livro, uma bonita homenagem e um lembrete, para que não caia no esquecimento esta triste página da nossa história.

domingo, 20 de janeiro de 2013

A lista

Ah, sim, um pouco de atraso, mas agora é que me lembrei que todo início de ano coloco aqui a lista de minhas leituras do ano anterior, com as devidas recomendações. É que, como no ano passado li muito pouco (quase nada), isso tinha me passado. Bom, vamos lá; o que está destacado em verde são os melhores, os que recomendo como indispensáveis:

  • Os Farrapos (Carlos Urbim)
  • Contos fluminenses (Machado de Assis)
  • Canibais (David Coimbra)
  • O ovo apunhalado (Caio Fernando Abreu)
  • Sociedades secretas (Sérgio Pereira Couto)
  • Manhã transfigurada (Assis Brasil)
  • O cotidiano da República (Sandra Pesavento)
  • Histórias íntimas: sexualidade e erotismo na História do Brasil (Mary Del Priore)

Como os amigos veem, li pouco mas li bem. Gostei da maior parte do que li e afirmo que nesta pequena lista os amigos encontrarão ótimas opções para boas viagens no mundo das letras!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Show da realidade


Há tempos atrás se dizia que o ano só começa depois do carnaval. Esta máxima, porém, já deve ser revista; hoje em dia, para muita gente, o ano só tem início com uma noca edição do bíguebróder. O que é triste e lamentável. Mas também diz muito do nosso povo e de porque o Brasil está do jeito que está... Tem gente a dar com pau que reclama de ter de votar uma vez a cada dois anos, mas vota toda semana no paredão... 
O interessante é tentar entender por que é que este tipo de programa faz tanto sucesso. Tá, tem toda a questão de não forçar o cérebro (ou nem mesmo ser necessário um), de ser um programa leve, descomprometido com qualquer coisa mais séria ou inteligente e por aí vai.
Mas na verdade, há um outro aspecto interessante de ser analisado que é a questão de cada vez mais gente querer viver ou achar que está vivendo em um reality show, tamanho é o grau de contaminação que um programa deste pode causar. Como assim? Se o leitor participa ou tem acesso a alguma rede social, como o facebook ou o twitter, dá uma olhada (ou, para usar o jargão, 'dá uma espiadinha' em quanta gente posta coisas tipo "tomando um sorvete em tal lugar", "na praia tal com tal pessoa", "almoçando no...", "malhando", "indo dormir", e etc. 
Por que é que alguém tem a necessidade de informar aos outros tudo o que está fazendo, cada passo que dá? Desejo de se sentir 'famoso', de querer ser seguido? (e tanto famoso de verdade querendo anonimato, poder seir tranquilo nas ruas...). Mais (e pior): por que é que tanta gente curte esse tipo de postagem e segue e passa horas lendo isso? O que interessa às pessoas o que os outros estão fazendo, aonde e com quem?????
Na boa, talvez seja caduquice desta mente inquieta, mas que é difícil de entender, ah isso é...