domingo, 26 de outubro de 2008

Adolescente irresponsável?

O amigo leitor deve conhecer vários daqueles adolescentes irresponsáveis, que aprontam mil e uma coisas e, na hora do aperto, vão pedir ajuda aos pais. Sim, alguns têm bem mais de 20 anos até, mas as mesmas características: a empáfia, a arrogância ("eu posso tudo"), a irresponsabilidade e a inconseqüencia típicas da idade, além da certeza da impunidade ("não dá nada"!)... O motivo pode ser o mais variado possível: colocar fogo em um mendigo (ou em índio), por exemplo, e depois ir correndo se esconder debaixo da toga de juiz do papai... Pixar prédios, se envolver com tráfico, fazer rachas nas ruas e matar alguém inocente... Comprar de tudo o que couber no cartão de crédito e depois não pagar e ser "socorrido" pelo papai ou pela mamãe zeloza... Enfim, exemplos não faltam.

O que é isso agora??? Discussão de valores/ mentalidades?

Não, a verdade é que o estágio atual do capitalismo nos lembra um pouco isso. A mentalidade do livre-comércio, da desregulamentação da economia, da não-intervenção do Estado na esfera econômica, enfim, do jogo especulativo do mercado imobiliário, que por alguns anos foi tão forte, tão dominante, agora pede ajuda ao papai. A voracidade, a inconseqüência e a irresponsabilidade de um setor da economia agora dependem do governo para se recompor. Em ambos os casos (no do adolescente que prejudicou alguém e no da economia) muitos pagam pelo erro ou desatino de alguns. Sendo que neste cenário que vemos atualmente, a velha máxima "lucros privados, prejuízo coletivo" é mais do que nunca latente.

sábado, 25 de outubro de 2008

Mudanças!!

A proposta inicial era tratar aqui de amenidades, coisas que dão prazer à vida. Mas há uma mente inquieta por trás de tudo isso e, acredite, gente que me faz perguntas sobre história e atualidades... Então, sem esquecer das coisas boas da vida (discutir outras não deixa de ser bom!), usaremos este espaço para algumas outras idéias. Me sugeriram que fizesse outro blog para essas coisas, mas o tempo para mim segue a lei da oferta e da procura - quanto mais escasso se torna, mais me é valioso! Aguarde novas postagens!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Muito Ruim!!!

Bah, acabei de ler (não sei como) o Uma breve história do mundo - nem vou botar a imagem dele aqui. Assusta que esteja há tantas semanas na lista dos mais vendidos. Assusta não pela falta de qualidade, pois tem vários assim lá; mas sim porque se tem tanta gente assim lendo o livro, em seguida ninguém mais vai gostar de história. Li até o fim esperando que viesse alguma coisa, que ligasse a história, que surpreendesse, mas nada... Sorte que o recebi da editora para analisar, pois se tivesse gasto com isso estaria me arrancando os cabelos!
Sim, eu sei que não caberia a história do mundo (ainda que de forma breve, como diz o título) em um livro, mas poderia ter alguma história, algo que perpassasse a obra, linkando os temas ou algo assim. O livro que meio que mudou minha vida, que fez com que me apaixonasse pela história, Deuses, túmulos e sábios (C W Ceram) é assim - o subtítulo é "O Romance da Arqueologia". E olha que li com uns dez ou onze anos de idade. E olha que tem umas quatrocentas páginas... Tá, é mais restrito, não pretende abordar TODA a história, mas tem um enredo. E, o principal - CUMPRE O QUE PROMETE, ao contrário deste outro (Uma breve...), que ainda por cima tem erros, espero sinceramente, de tradução (espero que as coisas grosseiras que vi não sejam do autor...). E, pior ainda, o autor constantemente insisite na "história do se" - o livro é quase que inteiro de suposições pessoais (algumas bem viajantes), tipo "se os EUA, desde a década de 1860 tivessem sido dividido em duas nações (...) o resultado da Segunda Guerra Mundial poderia ter sido muito diferente." Aham, assim mesmo, do nada. Sem apresentar porquê. Putz, analisa o que aconteceu, não o que NÃO aconteceu, será que é muito difícil?
E eu cheio de livros bons, perdendo tempo...

sábado, 11 de outubro de 2008

Contos de Amor e Ciúme

Amigos, acabo de ler Contos de Amor e Ciúme, de Machado.


Há alguns bem conhecidos, como A Cartomante, mas outras boas surpresas (ao menos para mim), como Frei Simão, O segredo de Augusta, O machete e To be or not to be. Além da constante ironia do autor, há um interessante retrato de época, com seus costumes (e dissimulações), jogos de interesses (e aparências) e valores (explícitos e implícitos). E o tema (amor/ ciúme), em Machado, não poderia ser mais apropriado. Mais a cara de Machado, só se fosse feita uma coletânea intitulada "Contos ambíguos"!!! Enfim, deve ter sido difícil a tarefa de Gustavo Bernardo ao selecionar os contos que compuseram este volume...