Sinto que vou frustrar alguns leitores (no próximo post explico porquê), mas aí vai o desfecho desta saga.
Encerro agora a série com a outra coisa que me motivou a escrevê-la (além do cansaço).
Com toda esta rotina que descrevi, consigo pagar minhas contas e fazer uma ou outra coisinha. Com meu salário de professor.
Me indigna, me dá um ódio profundo ver que os senadores (como muitos deputados, etc.), não podem viver com o
SALÁRIO que ganham???? Já ganham um salário absurdo (para padrões brasileiros ou não), contas de telefone pagas, moradia paga, carro e combustível, passagens, etc. Se ganham todas estas contas pagas, não precisavam ter um salário tão alto. Mas têm. E mesmo assim não é suficiente, dão jeito de 'arrumar' mais. E mais. E ainda não é suficiente. E olha o que eles "trabalham".
E não estão nem aí para o povo. Fazem coisas erradas, sabem que está errado e continuam fazendo. O povo aceita, tem memória curta e os reconduz ao poder. Reclama, mas vota de novo nos mesmos.
Me dói ver o duro que dou para sustentar um bando de parasitas se apropriarem do meu trabalho e da minha vida que se me esvai.
Me enche de raiva ver que quase meio ano de cada ano da minha 'vida' é para patrocinar a festa, as viagens, o luxo, o ócio e o desperdício de bandidos que nem conheço (e é bom que nem venha a conhecer).
Me consome a ideia de que eu tenha que abrir mão da minha vida para que os políticos possam viver a deles.
Me frustra a constatação de que o descaso (quase preconceito) pela educação seguramente é para que isso tudo ocorra. Descaso este que parte dos governos e que continua na mídia de massa, com grades que emburrecem o espectador ainda mais. Com toda uma ciência para apresentar as notícias, colocando as ruins no início do noticiário e terminando-o com uma matéria sobre a seleção, sobre algo "bonitinho" ou agradável. Reclama-se da vida no início do noticiário e no fim acha-se que está tudo bem. E depois, todos quietos: temos que ver quem, afinal, matou Odete Roitman!
Absurdo ver que em outras épocas, POR MUITO MENOS DO QUE OCORRE HOJE EM DIA, o povo ia para as ruas, manifestava-se, mostrava seu ódio, seu descontentamento, fazia agitações, etc. Hoje, com tudo o que vemos por aí (e com o que não vemos, mas sabemos) fica todo mundo quieto, ninguém faz nada...
E aí, ou se trabalha muito, como abordei nesta série, ou se dá o famoso "jeitinho brasileiro" para viver...
Não tem um jeito de MUDAR tudo isso?