Acho que encerrei os assuntos hospitalares já, o post de agora, apesar do nome, refere-se à literatura.
A dica de hoje é A morte e a morte de Quincas Berro D'Água, de Jorge Amado.
Li no hospital (olha ele aqui de novo), já um tanto intrigado de perceber que, em mais de 3 décadas de vida, embora conhecendo várias obras do escritor baiano, nunca havia lido nenhuma. Leitura bem apropriada ao local e à situação em que me encontrava: leve e divertida. Trata-se de uma novela, que narra a morte de Joaquim Soares da Cunha, respeitável funcionário da Mesa de Rendas Estadual, e de Quincas Berro D'água, 'rei dos vaabundos', 'senador da gafieira' e 'patriarca da zona dobaixo meretrício'. Na verdade, trata-se da mesma pessoa, que no entanto teve vidas tão diferentes. O correto marido e pai de família que, aos cinquenta anos, largou a casa e a família para viver na companhia dos vagabundos, boêmios, bêbados e prostitutas, é o personagem que dá vida (ops, cuja(s) morte(s)) à esta divertida história, com seus companheiros Mestre Manuel, Quitéria do Olho Arregalado, Negro Pastinha, Cabo Martim e Pé-de-Vento. São estes que, no velório, já bêbados, carregam o morto (que sorria) nos ombros, dão-lhe cachaça e levam-no aos lugares nos quais sempre fizeram farra. Isto até a derradeira morte de Quincas, ao cair da saveiro no mar. História que se presta a filmes (há já alguns bem parecidos) e ao imaginário popular.
Coloquei a capa da edição que li, com posfácio de Affonso Romano de Sant'Anna, que conta a história real, ocorrida na Bahia, que deu origem à do Quincas. Vale também a pena ler!
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