quinta-feira, 4 de março de 2010

Reúnas!

O ano é 1986. Depois de Cristo, convém lembrar. A challenger explodia e as cenas eram repetidas à exaustão nomundo, causando choque, perplexidade e comoção. Maradona gastava a bola na Copa do Mundo, vencida pela Argentina e o Brasil amargava um quinto lugar. Sarney assumira no ano anterior a presidência do Brasil, após a morte de Tancredo e o fim da infame ditadura militar.

Enquanto tudo isso acontecia, no Brasil e no mundo, em um cantinho de Porto Alegre (no Menino Deus), a cena de qualquer sábado do ano era a seguinte: cinco horas da tarde, seis amigos e vizinhos, entre onze e doze anos, atravessando a rua para ir ao Supermercado Pavan (infelizmente se foi) comprar refris para ir à uma reunião dançante "nos blocos". "Os blocos" era como chamávamos dois edifícios iguais, que ficavam a uma quadra da nossa casa, onde moravam um monte de gurias da mesma idade nossa. Nos blocos até tinham guris, mas, como santo de casa não faz milagre, eles e elas não se misturavam muito (só um ou outro). O surpreendente é que no nosso condomínio não haviam gurias da nossa idade, era só homem mesmo! Então as reuniões dançantes de sábado (que, no cúmulo da malandragem, chamávamos de "reúna") eram ansiosamente aguardadas, pela semana inteira. Isso entre o final de 1986 e 1987.
No toca-discos de vinil de 33 rpm rodavam os mesmos 5 ou 6 discos de sempre: uns de trilhas sonoras de novelas, do Blando, para as músicas lentas (alegria da gurizada) e, para as rápidas (tinha que dar um tempo para respirar e combinar estratégias: quem ia tirar quem para dançar etc.), eram dois: o primeiro do TNT e o Rocket to Russia, dos Ramones (a "surfin' bird" tava gasta já!), ambos meus.
As "reúnas" normalmente iam até a meia noite, e quando a "mãe da casa" onde elas aconteciam deixava passar disso, era uma alegria só! Levávamos os refris e as gurias se encarregavam dos comes: pipocas (de fogão, claro, pois até não sei se havia microondas, mas pipoca de microondas é certo que não tinha...), salgadinhos, etc.
Tinha aquelas gurias que todos gostavam, sonhavam direto enquanto dançavam. Algumas o cara tremia na hora de tirar para dançar, apesar de elas quase nunca darem carão, mas era muita emoção mesmo! Primeiros contatos adolescentes com gurias, ou seja, não era mais convidar para brincar. Coisa muito sadia, sem queimar etapas, como hoje em dia.
Detalhes interessantes: a gurizada, quando ia comprar as bebidas, ia com o cabelo todo lambido e com perfume até por dentro dos olhos! E o refri normalmente era Pepsi em garrafa de vidro, de um litro, que não tinha esses negócios de pet ainda!

4 comentários:

Anônimo disse...

oiiinn *---* que amoor !
poaskpaoskapsokaspokas
isso me lembrou partes do livro do renato...hehe...que citava coisas como essas em varios momentos...
bjoo
dessa

Mente inquieta disse...

Bah, não sei bem quando vou ter tempo, mas vou querer ler este livro (falou em livro já me asssanho!!!)
bjs

Anônimo disse...

bah le mesmo que vale a pena muito bm!
bjooo
seu doido por livros...
dessa

Jú Martins disse...

EU já li um livro que falava sobre.. ;)
Muito bom mesmo!! :D

Rafa, tô sem tempo até pra ler e comentar por aqui..
Sorry!!
Mó sds, se soubesse que estaria lá sabado, iria tb, a mamis disse que falaste com ela!!

Bjo Grande meu bem!