quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vanda morreu

Ficha de Dilma no SNI, onde se veem os outros nomes que usou em sua atividade então de esquerda.
A ditadura militar ainda continua, décadas depois, fazendo vítimas. Dias atrás, morreu a Vanda. Morreu, porém, com estilo. Morreu na suíte presidencial do Hotel Ritz de Lisboa, ao custo de R$ 27.000,00, e após lauta refeição em hotel do mais alto luxo, com toda a corte (os que não puderam se hospedar no Ritz ficaram no Tívoli). Morreu de barriga cheia, em uma escala de algumas horas em Portugal, no meio do caminho entre o fórum de Davos e a visita ao ex-companheiro Fidel. E olha que foram apenas horas em solo português, imaginem o que poderia ter acontecido em uns três ou quatro dias. E não importa de quem é o dinheiro, a questão é outra: princípios, ideias e coerência. A Vanda da ditadura lutou contra todo esse luxo e ostentação. Deve ter levado muito na cabeça, para esquecer tudo isso.

Luíza havia já morrido, quando continuou no PT mesmo após o escândalo do mensalão vir à tona. Morreu por cumplicidade, ou no mínimo por conivência. Teve chance de se salvar, com Luciana Genro e outros, mas não aproveitou.

Depois foi a vez de Patrícia. Morreu quando se aliou ao PMDB, com quem ainda continua, in memorian. Triste morte, porque prolongada e agonizante.

Triste noticiar ainda hoje estes óbitos recentes, na nossa ex-esquerda - ou ex-querda.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Cavalo verde


Chê, acabei agorita mesmo a leitura de O cavalo verde, de autoria atribuída a Luiz Coronel. Atribuída na obra, pois trata-se na verdade de uma compilação de causos e histórias típicas dos pagos do RS, de ontem e de hoje. Todas de domínio público. Mas nem por isso deixa de ser interessante a leitura (ou melhor, talvez por isso, pois dificilmente eu recomendaria aqui a leitura de um livro de autoria do Coronel...).

Tem aquele linguajar típico dos rincões e principalmente aquelas analogias de gaúcho - "mais solto que peido em bombacha" e "frio de renguear cusco", por exemplo, e máximas como "a partir do Mampituba tudo é exílio". Sem falar nas brincadeiras (sem maldade) com os catarinas, como atribuir a eles o chamar helicóptero de avião de rosca e guisado, de boi ralado!
Quem tem intimidade com causos vai gostar de reler alguns e é um bom presente para quem não é daqui ou não é muito íntimo da cultura rural do RS, tipo 'guri de apartamento'!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

1822 - ou ainda aquele velho ranço...


Acabei de ler o 1822, do Laurentino Gomes. Bom livro e recomendo a leitura.

Acho que já comentei por aqui, mas não custa reforçar (até porque não estou a fim de procurar mesmo!), pois tem muita gente que torce o nariz para este ou outros livros do autor ou do gênero (livros sobre História escrito não por historiadores, mas por jornalistas).

A maior parte do ranço está nos velhos argumentos de que "não diz nada de novo" ou "fica caricaturizando a História".

Vamos por partes.
1. Quanto a não trazer nada de novo, é verdade. Até porque a base da pesquisa do autor é em outros livros e artigos (fontes secundárias, portanto), de historiadores. Quem é historiador e pretendia encontrar novidades, novas descobertas nos livros do Laurentino Gomes precisa rever seus conceitos - sobre descobertas, sobre livros ou sobre História.

2. Quanto a caricaturizar a História ou pegar particularidades e colocá-las no centro da discussão, também há que se registrar que o historiador que lê estes livros sabe (ao menos deveria saber) discernir o que é Historia o que é regra e o que é exceção. E quem não é historiador, então, tem um prato cheio, tem bons pontos de partida para buscar mais informações sobre o que está lendo... Na verdade, o grande mérito deste tipo de leitura, iniciado no Brasil, creio eu, com os livros do Peninha (a trilogia do descobrimento, às vésperas dos "500 anos" é o de aproximar o público 'comum' da História. Poucos não-iniciados em História pegavam antes livros de História para ler, até porque a maioria esmagadora dos livros de História escritos por historiadores destina-se mesmo A historiadores (salvo algumas exceções, como Mary Del Priori). O academicismo e muitas vezes a linguagem acaba afastando o público comum dos livros de História. A popularização da História acabou acontecendo mesmo através destas obras que a "traduzem" para o público comum. Isso explica a grande quantidade e o sucesso de revistas de História que temos hoje, bem como as séries de livros e filmes com fundo na História. Quem lê E GOSTA acaba indo atrás de mais informações, e bebendo em outras fontes. Eu mesmo tenho alunos que já no ensino fundamental, aos 12, 13 anos leem e comentam comigo sobre estes livros (1808, 1822, 1889...), espontaneamente, sem a leitura ter sido cobrada e muitas vezes até sem estarmos estudando tais assuntos. Alguém aí duvida da crescente popularização da História nos últimos anos?

Enfim, vale sim a leitura, e mais ainda se ela for ponto de partida para aprofundamento em outras fontes!

sábado, 11 de janeiro de 2014

La caponata

Bah, o título ficou até parecendo nome de máfia...

Nada como as férias... Tempo para se dedicar a atividades que dão prazer e fazem bem à cabeça - e, de quebra, à gula!!!!
Encontrei uma boa receita de Caponata (a famosa pasta de berinjela) e resolvi experimentar. Bem facinha e com ótimo resultado, anotaí!!!

CAPONATA

Ingredientes:
- 2 berinjelas grandes
- 1 pimentão vermelho e 1 amarelo
- 1 cebola grande
- 3 dentes de alho amassados
- 200 g de champignon picado
- orégano a gosto
- sal a gosto
- salsinha e cebolinha a gosto
- azeite para refogar e cobrir a conserva

Preparo:
- Descascar a berinjela e cortar em cubinhos ou tirinhas (preferi o formato das tirinhas, mais comum na caponata). Como se vê na foto, berinjela cortada não é a coisa mais bonita do mundo, mas, segue fazendo  a receita que o resultado compensa!

- Retirar as sementes dos pimentões e cortar no mesmo formato da berinjela. Eu não tinha o vermelho, então usei o verde mesmo; em termos de gosto acho que não dá tanta diferença, só no visual mesmo...


- Refogar a cebola picada com o alho amassado no orégano e no azeite. Como estou suspeitando ser alérgico à orégano, não coloquei (nas últimas vezes em que fiz pizza sem orégano passei bem...)

- Juntar a berinjela e os pimentões, mexendo para não pegar no fundo. Acrescentar o champignon e corrigir o sal, de acordo com o gosto pessoal. Quando a berinjela estiver mole, é hora de apagar o fogo e acrescentar a salsa e a cebolinha. Depois, colocar em um refratário de vidro e deixar esfriar. Aí é só colocar em um recipiente de vidro bem limpo, cobrir com azeite e levar à geladeira. Fica melhor nos dias seguintes, mais 'curtida'. Eu usei azeite de oliva, em cada vidro (não tinha vidro grande disponível, fiz em vários daqueles de papinhas). Bom com torradinhas, e já fiz até pizza com esta pasta!
 




terça-feira, 7 de janeiro de 2014


Bom, outro ano fraco em termos de leituras (espero que o último), mas ainda assim, vamos manter a tradição - sim, sou apegado a tradições! - e proceder à lista das indicações desta Mente Inquieta.

Os indicados estão em azul!

  • Getúlio Vargas em dois mundos (Wanda Canutti)
  • Canções (Mário Quintana)
  • Rua dos cataventos (Mário Quintana)
  • Os templários (Barbara Frale)
  • Uma história do mundo (David Coimbra)
  • Bento Gonçalves - o herói ladrão (Tau Golin)
  • Buda - O mito e a realidade (Heródoto Barbeiro)
  • Figura na sombra (Assis Brasil)
  • O exército de um homem só (Moacyr Scliar)
  • Seu amigo esteve aqui (Cristina Chacel)


Como se vê, muito livro indicado para pouca lista, mas, desde que passei a ter pouco tempo para leitura, passei a selecionar BEM MELHOR o que leio. Se vou ler pouca coisa, não quero perder tempo com livros maisoumenos!

domingo, 5 de janeiro de 2014

Ajeitando as melancias

Outro ano se foi. E um bem punk, por sinal. O mais pesado em termos profissionais, com uma série de exigências, burocracias e carga absurda de trabalho para casa. Logo para casa, local de relaxar, desligar um pouco do mundo e ver a filha crescer. Mas este ano tudo vai ser diferente - promessa de ano novo? Sei lá, talvez apenas um desejo, uma esperança...

Enfim, férias, e voltamos ao blógue. Queria ter passado aqui antes, foi um final de ano com bastante temas para serem abordados - o segundo enterro do João Goulart, infelizmente abafado pela morte de um ícone mundial do século XX, Mandela; os 45 anos do AI-5, também em dezembro, as punições do mensalão, Snowden e por aí vai.

Mas vamos aos poucos arrumando as melancias na carroça, com o sacolejar da estrada. O fato é que pretendemos - agora sim, promessa de ano novo! - ativar mais o Mente Inquieta em 2014, como foi em seus primeiros anos. Sim, em tempos de facebook mesmo. Sou metódico e organizado demais para postar no face o que posto aqui, pois um blog permite organização dos assuntos por temas. Por isso continuo e vou continuar blogando, paciência. Gostou do que leu aqui? Curte - aqui ou no face. E, o principal, comenta! Elogia, critica, chuta o balde, sei lá, mas me dá combustível!!!

Ah, e um feliz vinte quatorze para todos!!!