sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Machado atualíssimo


Sei que o assunto do momento é o Jorge Amado, pelo seu centenário. Mas é que acabei de ler os Contos Fluminenses, do Machado de Assis (na boa edição da Martin Claret ao lado), e não dá para deixar de falar no assunto.
Dá um orgulho louco poder dizer que já tivemos um escritor como Machado (quando será que teremos outro?...).  Se seus romances são verdadeiros primores de escrita e de enredo, sua face contista é de uma absoluta maestria. Consegue ser original mesmo muitas vezes valendo-se do mesmo tema, dos desencontros do amor. Mais ainda, dá verdadeiras aulas sobre cotidiano e mentalidades no Brasil do século XIX. Como o Assis Brasil faz hoje, remetendo a tempos passados. A diferença é que o Machado escrevia sobre seu tempo. Mas muita coisa vale ainda para os dias atuais, por mais incrível que possa parecer, pelas tantas mudanças comportamentais e em termos de mentalidade que já passamos.
Um curto e elucidativo exemplo dessa atualidade do Machado: no conto "Linha reta e linha curva" ele escreve "há pessoas elegantes e pessoas enfeitadas". Pedrada na janela... A proporção provavelmente mudou, da época em que ele escreveu até hoje. O conceito e a maneira de 'enfeitar-se' também. A distinção entre as duas coisas, não. O evidente antagonismo e a crítica ao auperficial e ao artificial também não. Agora imaginem se ele vivesse hoje, em tempos de silicone, botox, lipos e plásticas de todo tipo e sem limites...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Crise da Educação!

Forró universitário.
Pagode universitário.
Sertanejo universitário.
Isso sim é a crise da Educação...

sábado, 4 de agosto de 2012

O que será dos blocos?

A "zona do euro" nunca mereceu tanto este nome. Crises sucessivas em vários de seus membros (e simultâneas) e antigos preconceitos voltando à tona com a entrada dos países do leste europeu levam muitas pessoas a questionar a continuidade de seus países no bloco.

Na Alemanha, por exemplo, recente pesquisa apontou que 51% da população acreditam que o país estaria melhor fora da zona (do euro, bem entendido). E, tanto ou mais grave ainda, 71% dos alemães entrevistados defendem a exclusão da Grécia do bloco no caso de ela não cumprir as metas de austeridade...

Como Marshall Bermann já dizia, tudo que é sólido desmancha no ar. Para quem nasceu e cresceu na Guerra Fria, é mais uma grande mudança. Depois da solidez da formação de vários blocos e comunidades inter e supranacionais, parece que estamos vivendo uma nova era político-econômica (nós, do Mercosul, nem precisamos ir muito longe para ver isso...). Sabe-se lá o que o Fukuyama inventaria a respeito...