Pois não deu. Aproximadamente 66% dos paraenses votaram pelo "não" no plebiscito do último domingo. Com isso a questão se encerra, nem vai ao Congresso, e o Pará permanece como um só estado. Será mesmo?
Cabem algumas reflexões a respeito.
Primeiro, é interessante analisar os dados da votação. Cidades como Marabá e Santana, candidatas a capitais dos novos estados tiveram votação enfática, em torno de 90% de sim, para serem criados os estados de Tapajós e Carajás, o que revela altíssimo grau de insatisfação com a situação atual. Também pudera: segundo o Correio do Povo de 13 de dezembro, o governo paraense investiu o equivalente em 2010 a R$ 223,01 para cada cidadão do que viria a ser o novo estado paraense, mas os cidadãos da região de Carajás receberam em investimentos apenas R$ 95,96 e os de Tapajós menos aida, R$ 60,20. Em relação a gastos, a desproporção é também evidente: em 2010 cada cidadão do que viria a ser o Pará com o plebiscito custou ao governo estadual R$ 1.908,39, enquanto que um cidadão de Carajás custou R$ 536,32 e o de Tapajós ridículos R$ 373,51! Descompasso absurdo e nítido.
Por que, então, venceu o não?
Pode-se imaginar mais de uma resposta para isso. Em primeiro lugar, a população do que seria Belém é muito maior do que a de Carajás e Tapajós somada, e Belém votou em maioria pelo não. Segundo, há gente que provavelmente não aguenta mais sustentar vagabundos em Brasília, e o "não" no plebiscito evitou também a criação de mais dezenas de cargos políticos (entre senadores e deputados federais, deputados estaduais e governadores) e centenas de parasitas que transitam em torno destes, como CCs e assessores, o que resultaria em mais vários milhões de reais a serem pagos adivinhem por quem?
Enfim, evitou-se toda esta farra com a vitória do não, mas não convém esquecer os números e dados acima, muito sérios e reveladores. As pessoas de uma parte do estado são mais importantes do que a de outras? São melhores? Como oestado permanecerá um só, o que isto poderia gerar? Que consequências pode ter?
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